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50 Anos A Mil, de Lobão



Em primeiro lugar quero dizer que, apesar de suas dimensões "bíblicas", o livro de Lobão vale cada momento que você usar para degustá-lo. A linguagem usada é bastante coloquial o que dá à leitura uma fluidez incrível. E é muito bacana a forma como ele se expõe tanto nos triunfos quanto nos fracassos. O livro gera um clima de intimidade muito acolhedor. E é encantador ver que, por trás daquele cara que vocifera defendendo suas idéias e ideais - o próprio Lobo Mau - existe um homem sensível, vivido e vívido, apaixonado e coerente. Sua capacidade de regeneração, de renascimento, sua força nos vários "recomeços" é incontestável. Eu diria, um exemplo. E que os puritanos de plantão não me venham com a conversa de "roqueiro doidão e drogado" não pode ser exemplo. E digo isso pois esta faceta é o que menos importa, em tudo que ele viveu e fez, as drogas, não foram o prato principal desta história. Foram meras guarnições.  O Lobo não é tão mau assim, de fato, nem mau ele é. Lobão é um ser "acordado", desperto, esperto e muito inteligente. Não é a frente do seu tempo, pois ele é atemporal. É o tipo de ser pensante que faz bem a qualquer época, aquele que não se curva às hipocrisias e faz da sua vida uma eterna defesa e luta por aquilo que acredita.  

Abaixo o vídeo de uma entrevista concedida a Jovem Pan Online.

Nem Vem que Não Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal, de Ricardo Alexandre


Wilson Simonal foi uma figura controvertida e intrigante. Lançava moda, fez todo mundo querer um Mug,  rivalizava com Roberto Carlos em termos de popularidade, fez programa televisivo com Elis Regina, cantava  (e muito bem)  as músicas que as pessoas queriam ouvir, foi muito querido pelo público e, parece-me, um tanto quanto despreparado ou ingênuo para lidar com os  meandros da fama. Ele caiu em desgraça quando surgiram rumores de que ele seria colaborador e informante do governo militar, em outras palavras: dedo-duro. Sinceramente, mesmo depois de ter lido sua história, eu não consegui vislumbrar a verdade... realmente não me convenci nem da sua "inocência" e muito menos da sua "culpa". Porém, uma coisa é certa o cara enfrentou uma barra duríssima, capaz de romper a estabilidade emocional de qualquer um. E não foi diferente. Ele se acabou. Literalmente. Muito bacana a participação e o apoio de seu filho   Simoninha, que tudo fez para segurar a barra do pai e da família. Um exemplo, na minha opinião. A biografia de Simonal, não apenas nos conta sua trajetória, mas também, nos traça um breve retrato de um certo período da História recente do Brasil. Recomendo a leitura.

Abaixo, um vídeo que mostra um dos talentos característicos de Wilson Simonal: encantar e "reger" platéias. O cara era muito bom! :)


Um Olhar do Paraíso (2009)



A história de "Um Olhar do Paraíso" nos é contada pela própria Susie, uma adolescente de 14 anos que é assassinada por um vizinho. O filme nos mostra a experiências além-vida de Susie e as consequências que sua morte teve sobre sua família. A narrativa é envolvente e prende nossa atenção. As imagens são lindas. Apesar de ser um drama não é daqueles de fazer chorar. Mas intriga. Enfim, é uma das muitas interpretações que a morte pode ter. Contudo, eu prefiro ficar com a minha visão de morte, pois esta mostrada pelo filme é meio "arrepiante"...Ah sim, a direção é de Peter Jackson (Lord of the Rings, lembra?).



Além da Vida (2010)


 Eu ainda não entendi o motivo pelo qual alguns críticos terem considerado esse filme "chato". Na minha opinião leiga, de mera espectadora, afirmo que "Além da Vida" é uma história densa, que levanta questionamentos e faz pensar ou mesmo repensar coisas que por ventura já passaram em nossas cabeças. Tudo gira em torno de três vidas estanques: um médium (que está nos USA) que não deseja mais trabalhar com seus dons, uma jornalista (que está na França) sobrevivente que teve uma experiência de quase morte e um menino (que está na Inglaterra) que perde de forma abrupta seu irmão gêmeo. No final de tudo, essas vidas vão se entrelaçar e cada um seguirá seu caminho. É um filme muito tocante, daqueles que mexem com a gente. Eu recomendo.


Doce Vingança (2010)



Doce Vingança, é uma refilmagem de A Vingança de Jennifer de 1978 (títulos em português), no original: "I Spit on Your Grave" também conhecido como "Day of the Woman". Eu não vi a primeira versão, mas posso assegurar que a fita de 2010 é poderosa. O filme tem requintes de crueldade apavorantes e é preciso bastante sague frio para conseguir chegar ao final. Várias vezes tapei os olhos com as mãos... sim, eu gosto de filme de terror, mas isso não quer dizer que eu tenha o estômago forte... pelo contrário, sou medrosa pacas! Enfim, veja, você vai curtir.


Atividade Paranormal 2 (2010)


Tal qual o filme anterior, Atividade Paranormal 2 nos mostra as desditas de uma família que vai viver numa casa mal assombrada. O imapcto já não é o mesmo do primeiro filme e nesse segundo  os sustos são bem menores e a história um pouco mais fraca. Caso você já tenha visto o filme original, não vai perder nada se deixar de assistir a esse número dois (com trocadilho).



Atividade Paranormal (2007)



Paranormal Activity nos conta a história de uma casa mal assombrada. O estilo de filmagem lembra um pouco a "Bruxa de Blair", mas só um pouco. A fita começa morna, devagar quase parando mas depois o bicho pega. Literalmente. Bem, quase. O fato é que assusta sim e muito. Eu gostei demais.



A Casa de Cera (2005)



Um grupo de amigos vai parar numa cidadezinha muito esquisita onde a maior atração é a Casa de Cera. Claro que, personagens estranhos e desaparecimentos irão pontuar a narrativa. Embora seja bem previsível, o filme diverte. Tudo bem, que eu não sou a pessoa mais indicada para falar de filmes de terror, pois gosto até mesmo dos ruins... Porém, tentando ser imparcial, diria que esse não é dos piores, ao contrário é bem razoável. Se você gosta do gênero, não perca! ;)




Satanic (2006)


Michelle sofre um terrível acidente de carro e tem seu rosto desfigurado e sua memória afetada. Após várias cirurgias de reconstrução facial, ela tem alta mas vai morar num abrigo para jovens problemáticos. Acontece que flashes do passado, um diário de rituais satânicos e mortes misteriosas de pessoas ligadas a Michelle a deixam na situação de suspeita dos crimes... e mais não posso falar para não perder a graça do filme. E caso alguém tenha visto ou venha a assistir Satanic, por favor, deixe registrado o que entendeu do final do filme. Aqui em casa, eu e o Leo interpretamos de maneira diferente o desfecho da história...



A Companhia dos Lobos (1984)


A Companhia dos Lobos nos mostra uma avó que adora contar histórias de lobisomens recheadas de metáforas, conselhos e avisos com relação aos homens para sua neta Rosaleen. Nesse clima, Rosaleen, que viu sua irmã ser morta por uma matilha, cresce e sonha continuamente com lobos. Em dado momento,  a referência a história do Chapeuzinho Vermelho se torna muito evidente e o filme passa a ser praticamente uma adaptação mais explícita e sensual do envolvimento da mocinha com o Lobo. O filme tem um climão muito legal e diz ao que veio. Não diria que é imperdível, mas certamente vale a pena ser visto, não esquecendo de dar um desconto para os efeitos especiais não tão especiais assim... Na verdade, um lance bem bacana no filme é que se você não souber o ano em que foi feito, terá a impressão de estar vendo um filme bem mais antigo!  ;)



3096 dias, de Natascha Kampusch


A autora narra de forma envolvente o longo período de oito anos em que foi prisioneira de seu sequestrador Wolfgang Priklopil; dos dez aos dezoito anos.

O que mais chamou a minha atenção foi "carinho" com que ela se refere a Priklopil, embora em vários momentos diga taxativamente que se sente ofendida ao dizerem que ela sofre da Síndrome de Estocolmo

Curioso também, ela refutar o modo como a imprensa passou a se referir ao sequestrador, ou seja,  "monstro sexual". Ela simplesmente diz que não é bem assim e se reserva o direito de não revelar nenhum detalhe do envolvimento sexual entre eles. 

Ao mesmo tempo em que Natascha fala da torturas a que foi submetida, que não foram poucas nem leves, continuamente ela justifica as atrocidades do seu algoz com um discurso tipo "ele só que queria ser aceito e amado". 

O livro é muito interessante, pois mostra de forma efetiva a capacidade de adaptação que pode surgir no âmago de cada um mesmo diante das situações mais desfavoráveis e cruéis. No fim das contas, creio que tudo passa pelo inadiável desejo de sobreviver.

Veja aqui fotos  sobre o caso Natascha Kampusch.